segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

The Rocky Horror Picture Show

THE ROCKY HORROR PICTURE SHOW – COMÉDIA/MUSICAL – 1975 (EUA)

De Jim Sharman

O que filmes antigos de terror, Susan Sarandon com 20 e poucos anos, e musicais têm em comum? Eles podem ser mesclados em um filme dos anos 70 e surgir o musical mais Cult da história do cinema, o The Rocky Horror Picture Show. Sem título brasileiro - ainda bem, pois imagino que a versão tupiniquim do título não chegaria aos pés - o musical começou como uma peça de teatro nos Estados Unidos. A partir daí resolve-se fazer um filme. Ok, vamos aos personagens? Um travesti, um casal recatado (Aí que a famosa Susan entra), um mordomo corcunda, um narrador indescritível e muitos outros tipos que você não veria por aí, exceto na Augusta com a Paulista.


Apesar de abominar sinopses, elas são necessárias - é só saber não avaliar um filme apenas pela sinopse. A história do filme é basicamente um casal que acaba com o pneu furado na estrada e procura abrigo na casa mal assombrada do Dr. Frank-N-Furter, um travesti alienígena. Quando entram na casa, como todo musical, as pessoas começam a cantar e dançar do nada. Mas a diferença é que se trata de uma convenção de pessoas muito estranhas. Mais tarde o casal descobre que o Dr. Frank-N-Furter realizava sua mais bizarra experiência, a criação de um homem loiro, sarado, e claro, burro, para satisfazer seus desejos sexuais. Pronto, a sinopse acaba aí. A partir daí é com você, telespectador de filmes alternativos e que não tem medo de ver um filme que chocou seu público e foi fracasso de bilheteria, justamente pela audácia e polêmica. Poucos são criativos, engraçados e irreverentes, como essa pérola, lançada na Inglaterra em 1975, fato que vale a pena sempre lembrar.

Rocky Horror Picture Show, apesar de antigo, é rico em cores e semiótica, ou seja, símbolos usados no filme. Por exemplo, o nome Dr Frank, assim como suas experiências de criar criaturas, são referências ao famoso Frankestein, romance de terror gótico de autoria de Mary Shelley, publicada oficialmente em 1931. Referências a Flash Gordon e King Kong também podem ser notadas logo na música inicial do filme, onde uma boca canta a música que mais ficou famosa no teatro, “Science fiction”.

Uma comparação, talvez bem sucedida, seria ao atual Todo mundo em pânico (Scary Movie - 2000). O filme também é uma sátira aos filmes de terror, teve grande sucesso no mundo todo e já rendeu quatro versões da série. Mas apesar de render ótimas risadas perde em várias vertentes ao Rocky Horror, que apresenta um enredo mais interessante e incomum, e dispõe de sátiras mais sutis. Sem mencionar seu valor de “clássico” entre os alternativos adoradores de cinema.


Mais informações sobre Rocky Horror Picture Show só valem mesmo vindas do próprio filme. Destaque ao DVD com extras que explicam em detalhes como surgiu o filme, a peça e tudo relacionado a ele. Uma boa curiosidade mencionada nos extras é que os seguidores do musical se vestem a caráter em convenções de Rocky Horror. Então faz dancinha faz! (piada interna para quem viu o filme).

Ficha técnica:

Título Original: The Rocky Horror Picture Show
Gênero: Musical
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1975
Estúdio: 20th Century Fox
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Jim Sharman
Roteiro: Jim Sharman e Richard O'Brien, baseado em peça teatral de Richard O'Brien
Produção: Michael White
Música: Peter Suschitzky
Desenho de Produção: Brian Thomson
Direção de Arte: Terry Ackland-Snow
Figurino: Sue Blane
Edição: Graeme Clifford

Elenco:
Tim Curry (Dr. Frank-N-Furter)
Susan Sarandon (Janet Weiss)
Barry Bostwick (Brad Majors)
Richard O'Brien (Riff Raff)
Patricia Quinn (Magenta)
Nell Campbell (Columbia)
Jonathan Adams (Dr. Everett Von Scott)
Peter Hinwood (Rocky)
Meat Loaf (Eddie)
Charles Grey (Criminologista)
Jeremy Newson (Ralph Hapschatt)
Hilary Labow (Betty Munroe)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sem você a emoção de hoje seria a pele morta do passado

A frase acima é oriunda de um texto de Hipólito, um escritor fracassado frequentador do Deux Molines, um café parisiense onde nossa protagonista trabalha e sintetiza tudo sobre o filme.

Amélie Poulain, nossa protagonista, é uma jovem de 23 anos com um pequeno desvio comportamental(e um tanto lunática). Por ter dificuldades de relacionamento, ela prefere viver cuidando da vida dos outros anonimamente, certificando-se de fazer o bem a todos.

Tudo começa quando Amélie fica sabendo da morte de Lady Di. Nesse momento, ela derruba a tampa de seu perfume na parede de seu apartamento. Acha dentro da parede um "tesouro" enterrado, pertencente a Dominique Bretodeau, que o colocou lá quando criança. Ela decide entregá-lo ao dono e caso isso faça alguma diferença na vida dele, ela irá fazer o bem a todos.

As cores e a impecável trilha sonora ditam o tom de cinema europeu e a magia encantadora que esse universo nos mostra. É realmente muito bonito ver nossa heroína descrever a um cego tudo o que acontecia à sua volta, fazendo com que, de forma poética, ele "enxergasse" as cores novamente. Ou roubando o gnomo de seu pai para que sua amiga aeromoça levasse ele pelo mundo, tirando fotos e mandando-as para a casa do sr Poulain numa tentativa de convencê-lo a aproveitar os dias.

Também conhecemos a protagonista e embora ela goste de fazer o bem a todos, quando se trata dela mesma, ela não tem coragem de viver. Por isso, ela começa um jogo com Nino, um rapaz que coleciona fotos 3x4 dessas de máquinas instantâneas.

À medida em que ela faz o jogo e o seduz, o espectador também se apaixona pela protagonista e vai mais além. Quem não se identifica com ela no momento em que, pensando estar tudo perdido, ela imagina Nino saindo de sua casa para comprar fermento, voltando e mexendo nas cortinas da cozinha. Naquele momento ela se enche de esperanças até ser jogada de volta à realidade com o gato mexendo nas cortinas da cozinha. A decepção da personagem, sabendo que por culpa dela, estava tudo "perdido" é maravilhosa e, torno a dizer, não há como não se identificar com ela.

Por fim, um filme poético, descompromissado e que te faz crer que a vida ainda é boa. Esse é O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.

Ficha técnica

Título Original: Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento (França): 2001
Site Oficial: www.amelie-themovie.com
Estúdio: Le Studio Canal+ / Filmstiftung Nordrhein-Westfalen / France 3 Cinéma /

La Sofica Sofinergie 5 / MMC Independent GmbH / Tapioca Films / Victoires

Pictures
Distribuição: Miramax Films
Direção: Jean-Pierre Jeunet
Roteiro: Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant
Produção: Jean-Marc Deschamps
Música: Yann Tiersen
Fotografia: Bruno Delbonnel
Desenho de Produção: Aline Bonetto
Direção de Arte: Volker Schäfer
Figurino: Madeline Fontaine e Emma Lebail
Edição: Hervé Schneid
Efeitos Especiais: Duboi

Elenco:
Audrey Tautou (Amélie Poulain)
Mathieu Kassovitz (Nino Quincampoix)
Rufus (Raphael Poulain)
Yolande Moreau (Madeleine Wallace)
Artus de Penguern (Hipolito)
Urbain Cancelier (Collignon)
Maurice Bénichou (Dominique Bretodeau)
Dominique Pinon (Joseph)
Claude Perron (Eva)
Michel Robin (Pai de Collignon)
Isabelle Nanty (Georgette)
Clotilde Mallet (Gina)
Claire Maurier (Suzanne)
Serge Merlin (Dufayel)
James Debbouze (Lucien)
Lorella Cravotta (Amandine Poulain)
Flore Guiet (Amélie Poulain - 8 anos)